POSTAGENS!

Voz Pejoteira - Pâmela Grassi

Das Marias, Marilzas, Nelis e Davis – Canto de Um Povo de Um Lugar.

Meu nome é a Pâmela e esta é a minha história de vida. A vontade de participar do EIV (Estágio Interdisciplinar de Vivência) num outro estado – no caso o Rio de Janeiro – perpassou e perpassa a mística da estrada: em cada manhã, em cada tarde, em cada noite de corujas e mosquitos, é necessário recolher pequenas histórias de vida pelo caminho. Histórias de pessoas que exigem o despertar da indignação. Histórias de mulheres e homens simples, que se colocaram à disposição dos caminhos coletivos. Histórias de quem, com mãos calejadas e coração acolhedor, semeia a solidariedade. A etapa de vivência do EIV foi assim, construída a partir das memórias vivenciadas ao longo do caminho. Encarnadas, pois entraram em mim e me fizeram parte delas.

A casa da Madre Marilza, localizada no assentamento Zumbi dos Palmares IV, foi minha moradia durante os 10 dias de vivência. Ali re-descobri a bicicleta: era um dos meios de transportes mais valiosos e usufruídos pelos moradores e moradoras. A mesma bicicleta que me remetia à infância e me deslocava de um lote para outro era a mesma que percorria a estrada e recolhia as histórias de vida pelo caminho. Nos dois últimos dias foram 70 km de pedaladas, alegrias e partilhas. Dona Marilza, mulher assentada há cerca de 5 anos, planta um coqueiro cada vez que ganha uma neta ou um neto. Conta ela que depois de 3 anos o coqueiro plantado satisfaz a alegria deles com muita água. Uma de suas netas é Tuani, com quem vive junto. Dona Marilza, mulher trabalhadora e sonhadora trabalha com Fitoterapia: conhece muito bem a terra, seu saber e as propriedades das plantas. Madre Marilza já foi parteira e tem um longo conhecimento sobre as fases da lua e de como elas participam do ciclo das mulheres e da agricultura. Hoje sua contribuição para o Movimento das Trabalhadoras e dos Trabalhadores Sem Terra está na elaboração de remédios naturais para acampados e acampadas e na partilha de alimentos que a terra gera.

Dona Neli, mulher assentada do Dandara dos Palmares, é outra fitoterápica e lutadora. Talvez o refrão “Quando chegar na terra, lembre de quem quer chegar, quando chegar na terra, lembre que tem outros passos pra dar” possa traduzi - lá. Insiste no desafio do trabalho de base, da conscientização política das assentadas e dos assentados. Sua insistência de transformar a sociedade perpassa na crença do Jesus Cristo perseguido político e revolucionário.

Davi, assentado do Che Guevara, nos contou muitas histórias dos excluídos e das excluídas da região de Campos dos Goytacazes. Uma delas é de Carukango, escravo que lutou pela liberdade de seus irmãos e de suas irmãs escravizados. Davi, de estatura pequena, mas de sonhos do tamanho da Esperança, teima em participar da construção de um acampamento que carregue o nome do quilombola.

As histórias de Madre Marilza, Dona Neli e Davi perpassam o ITERRA. Quando contavam as histórias no tempo que estudaram no instituto, as lembranças e os cheiros da Serra Gaúcha lavavam-me de saudade. Marilza e Neli formaram-se em Técnicas em Saúde Comunitária, já Davi em Administração de Cooperativas. Outro tecido em comum é a localização de seus assentamentos: o município de Campos dos Goytacazes. Ele é marcado pelo conservadorismo, latifúndio, desigualdade e todas as outras palavras que revelam a exploração do homem pelo homem. É o município do Estado do Rio de Janeiro com o maior número de latifúndios (cana de açúcar, principalmente) e de trabalho escravo, o último a acatar a abolição da escravidão e o berço da organização católica ultraconservadora Tradição, Família e Propriedade (TPF). A resistência contra esta cerca latifundiária, escravocrata e desumana são as vidas de Marilza, Neli, Davi e tantas outras vidas Sem Terra. Como a canção nos fala, tomaram a história pelas próprias mãos.

Estas e outras histórias foram recolhidas durante a vivência. Como cada retalho de tecido costura a coberta, cada história de vida escreve nosso corpo de valores, sonhos e possibilidades. O estágio re-encantou a caminhada na militância. Dona Maria, assentada do Josué de Castro, nos contou que quando somos Sem Terra não nos falta nada, pois tudo é partilhado. A vivência com as e os sem terra trouxe a certeza de uma vida concretizada nos caminhos coletivos. Que é urgente despertar a rebeldia que mora nas pessoas, mas que o sistema do capital, com suas televisões, sorrisos de creme dental, moralismos religiosos, escritórios e gravatas, trata de escondê-la. É urgente voltarmos para nossas comunidades e com sentimento de pertencimento à luta nos colocarmos a disposição da organização criativa e rebelde do povo! Nesta vivência mora a Sem (ente) Terra. Meu nome é Pâmela e estas são as histórias de vidas que me costuraram.



Pâmela Grassi,
Caminheira, lavrandeira, poetisa, militante da Pastoral da Juventude de Caxias do Sul-RS.




E-mail: pamelagrassi@gmail.com
Blogs: http://alinhavodecores.blogspot.com/          
           http://cirandalavrandeira.blogspot.com/
Facebook: http://www.facebook.com/pamelagrassii
Twitter: http://twitter.com/pamelagrassii

Semana da Cidadania 2011


A Semana da Cidadania é uma atividade dos grupos de jovens organizados como Igreja no Brasil. É uma ação ligada à dimensão política. É uma atividade do/a discípulo/a missionário de Jesus. É um modo concreto de manifestarmos como cristãos/ãs nossa fé na vida, nossa crença no protagonismo dos/as jovens.
A Semana da Cidadania não é um evento. É parte de um processo dos grupos organizados que desejam ir ao encontro dos outros/as jovens para anunciar a vida para todos/as e vida em abundância. É uma ação como pastoral, de cuidadores/as da vida da juventude.

A Semana da Cidadania tem o objetivo de discutir os grandes temas sócio-ambientais com perguntas geradoras que instiguem os/as jovens as se questionarem porque, como e quem, discorrendo sobre a relação homem/mulher/natureza e contextualizando o projeto desenvolvimentista e civilizatório para o Brasil.

A cada ano a Pastoral da Juventude propõe um tema. Esse tema é para dar unidade e um enfoque especial.

Semana da cidadania - 14 a 21 de abril de 2011
Tema: “Juventude, terra viva”
Lema: “Da mãe terra, esperança e resistência”.


Como organizar as atividades?


1º Passo: Convidar um grupo de pessoas do seu município, sua comunidade ou seu bairro para estudar o tema e para planejar as atividades. A ação pastoral que sai das paredes do grupo ou da comunidade eclesial e chega até a juventude, na defesa de sua vida e no envolvimento dos/as jovens como protagonista da evangelização.

2º Passo: Elaborar o planejamento respondendo as seguintes perguntas:

a) Onde queremos chegar? (pensar local e agir global). Lembre-se que é uma atividade de uma semana, portanto, os objetivos também são curtos, por exemplo, discutir o tema do meio ambiente com os grupos de jovens, envolver as escolas do município, do bairro ou da comunidade etc. Discutir o tema da juventude como terra vida. Quais as situações de morte da juventude.

b) Sobre o tema do empobrecimento social da juventude, quais são os gritos que escutamos em nossa comunidade? O que dizem os/as jovens? Como percebemos em nossa comunidade a situação do empobrecimento da juventude? Quais as causas na vida da juventude? Quais respostas podemos dar como grupo a essas situações?

c) Pode-se organizar as respostas mais próximas e ver como responder dentro de um projeto, exemplo: Projeto 1: O Direito a vida ou o cuidado com a vida, por exemplo falar sobre o Mapa da Violência 2011. Objetivo (onde queremos chegar), justificativa (dados da realidade a partir das necessidades e das intenções como cristãos/ãs), ponto de partida (todas as condições favoráveis – grupos que já estão trabalhando o tema, utilizar o tema da CF 2011 sobre o Grito da Terra que geme em dores do parto, escolas que buscam ajuda em uma atividade extra sala, diretores/as que estão sensíveis ao tema, professores/as, coordenadores/as, catequistas, agentes de pastoral etc que tem disposição de se envolver no projeto) e depois apontar o ponto de chegada (aqui pode-se explicitar tanto o que queremos conseguir de modo quantitativo, como qualitativo – exemplo: queremos ter envolvido 10 escolas, mobilizado os grupos de jovens, trabalhado a consciência ecológica, despertado para o cuidado do planeta, discutido o tema do extermínio da juventude no Brasil e em nossa região....)

d) Quais as etapas do planejamento? A primeira e a mais importante é formar a equipe que coordenará a semana, com um plano bem claro e com todos os passos que precisam ser dados, depois pode-se verificar as atividades que podem ser desenvolvidas: filmes: da CF (preparado pelo Mundo Jovem e IPJ de Porto Alegre), Alguns Clipes do Recurso Áudio Visual: Geração da Paz ou Cidadania etc. Debates: convidar gente da comunidade para discutir sobre o tema, fazer uma mesa redonda no Município, bairro ou comunidade, convidando autoridades para discutir – Os/as jovens e o empobrecimento social – cuidar da vida da juventude (envolver pesquisadores de diversos órgãos públicos), Estudar sobre a realidade social e internacional para compreender as estruturas de funcionamento Ação: organizar junto com os/as adolescentes e jovens uma ação que chame atenção da comunidade – Levantar a situação do desemprego juvenil, do analfabetismo, das situações de exploração sexual da juventude do município, organizar painéis, exposição dos dados, etc. Cada lugar precisa ser criativo na atividades que respondam às necessidades levantadas. É preciso ser ousado/a nas propostas de forma que toda sociedade seja questionada. A juventude e a terra um grito pela vida!

e) Realizar as atividades programadas dentro do projeto, envolver todos/as comunicando todas as atividades em todos os ambientes. Comunicar é um segredo do projeto. Enviar notícias para todas as páginas que tratam do tema juventude.

f) Avaliar: reunir o grupo envolvido para perceber se foram realizadas as metas (quantitativa e qualitativa que estão no ponto de chegada e no objetivo geral) O que conseguimos realizar? O que não conseguimos? Por quê? Quais foram os limites? Que cuidados temos que estar atentos/as no próximo projeto?
3º Passo – Envolver o maior número de equipes em todos os espaços, ou seja, uma ação só alcançará os objetivos com profundidade se houver uma boa distribuição de tarefas. Portanto, em cada lugar deverá ter uma equipe: escola, comunidade... gente com tarefa, material e cronograma na mão, na cabeça e no coração. Buscar os grupos organizados do município na defesa do Meio ambiente para essa tarefa.

4º Passo: Recolher o material que pode ser utilizado neste tema (livros, roteiros, filmes...) Não só coisas novas, coisas que já utilizamos sobre o tema: filmes, CF- Campanha da Fraternidade para jovens de 2011 e de outros anos, materiais da Semana da Cidadania de outros anos, roteiros proposto pelo Jornal Mundo Jovem (selecionar alguns textos); pesquisar na internet textos sobre o tema, buscar material de grupos que estão na luta em defesa do Meio Ambiente, da vida da juventude, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. É importante escutar os/as jovens que vivem no campo, trabalhadores/as rurais. Pode-se oferecer momentos culturais: teatro, músicas, danças etc.


Fonte: CAJU

Morre Padre José Comblin!

Morreu no dia 27 de março na cidade de Simões Filho, interior da Bahia, o padre belga José Comblin, 88 anos, um dos mais importantes e polêmicos teóricos da Teologia da Libertação, e autor de vários livros, entre os quais A Teologia da Enxada, sobre a vivência cristã e teológica nas comunidades rurais.

Nascido em Bruxelas, em 22 de março de 1923, padre Comblin veio para o Brasil em 1958, atendendo a apelo do papa Pio XII, que no documento Fidei donum (O Dom da Fé) pedia missionários voluntários para regiões com falta de sacerdotes.

Confiram mais informações/ detalhes nos sites:
- do "Jornal O Estadão" - Link aqui! 
- e do CEBI (Centro de Estudos Bíblicos) - Link aqui! 

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Perdemos um grande profeta! A tristeza bate o coração, porém a certeza da ressurreição é maior...
Rogo a Deus pela sua alma e peço a intercessão desse querido pastor, para que nos dê forças em nossos trabalhos e evangelização; nos caminhos do Cristo Libertador!

Paz e Bem.

Spot da TV - Campanha da Fraternidade 2011

Campanha da Fraternidade 2011


Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta.


Lema: "A Criação Geme em Dores de parto".
(Rm 8,22)



Oração da Campanha da Fraternidade - 2011

Senhor Deus, nosso Pai e Criador.
A beleza do universo revela a vossa grandeza,
A sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas,
E o eterno amor que tendes por todos nós.

Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra,
E o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça.
A beleza está sendo mudada em devastação,
E a morte mostra a sua presença no nosso planeta.

Que nesta quaresma nos convertamos
E vejamos que a criação geme em dores de parto,
Para que possa renascer segundo o vosso plano de amor,
Por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes.

E, assim, como Maria, que meditava a vossa Palavra e a fazia vida,
Também nós, movidos pelos princípios do Evangelho,
Possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor,
O ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo.

Amém.


Segue link com o material da CF-2011 para jovens:


Entrevistas com os vencedores do 1º Festival Música e Poesia da PJ

Do Blog - PJ do RS:

Entrevistas com os vencedores do
1º Festival Virtual de Música e Poesia da PJ
"A Cor Da Juventude"

Trechos da entrevista com Samuca, Ismael e Gabe: os vencedores na CATEGORIA MÚSICA do Festival:

PERGUNTA: Como o trio recebeu a notícia de que ganharam o primeiro lugar na categoria de música?
RESPOSTA: Recebemos a notícia com muita alegria. De fato, não esperávamos vencer, pois mobilizamos minimamente para o voto popular. Assim que soubemos da vitória, enviamos E-mails agradecendo o voto e o apoio dos amigos e amigas, além de parabenizar os outros participantes e a organização do Festival.

PERGUNTA: O tema do Festival foi em torno da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, organizada pelas Pastorais da Juventude do Brasil. Como foi o processo de elaboração da música?
RESPOSTA: A Campanha é extremamente ampla e é impossível, em uma música, falar sobre todas as suas dimensões e seus eixos. Procuramos trazer elementos da mobilização, motivando para a causa de forma lúdica, alegre e ritmada, mas sem perder a objetividade do Festival. Todos contribuíram igualmente na produção da música, conforme suas possibilidades - uns mais na letra, outros mais na melodia, harmonia e arranjos - cada um com seu tempero.

PERGUNTA: De que forma vocês relacionam a arte com a caminhada pastoral?
RESPOSTA: Nunca dissociamos uma coisa da outra. Nossa atuação como artistas sempre foi engajada e igualmente consciente. Cantamos as nossas bandeiras e, para sermos éticos, não poderia ser diferente. A arte, em suas diferentes linguagens, leva o brilho e a mística que necessitamos para encantar as juventudes. Além de instrumentalizar nossa luta, a arte também contribui para a libertação do corpo, dos pensamentos e das regras pré-estabelecidas da nossa sociedade.

Confira o vídeo da música:

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Trechos da entrevista com Pe. Marcionei, vencedor do 1º, 2º e 3º na CATEGORIA POESIA do Festival:


PERGUNTA: Como foi receber a notícia de que ganhaste os três primeiros lugares na categoria de poesia e o terceiro lugar na categoria de música?
RESPOSTA: Sem dúvida foi muito emocionante. Fiquei surpreso, pois sei que há muitos poetas no meio da juventude com um jeito todo especial para comunicar de maneira poética a vida que pulsa no fazer pastoral. No que dia recebi a notícia meus pais e alguns de meus irmãos estavam me visitando no seminário. Imediatamente eu partilhei com eles a notícia. Depois enviei para mais alguns amigos e ao provincial o resultado. A reação foi rápida. A primeira a me escrever foi a Paula, que estava no Maranhão representando a PJ Nacional e acompanhou os resultados ao vivo. Eis a mensagem:

"Parabéns mesmo! Padre Marcionei tá de parabéns! RS ganhou as duas categorias tanto poesia como música. Padre Marcionei Estou com teus certificados, assim que chegar em Caxias lhe entrego. Forte abraço"

Logo em seguida outras pessoas me escreveram e me incentivaram para continuar nessa missão com a juventude. Fui chamado até de “poeta da juventude” por Dom Celmo Lazzari. De Roma me escreveu o Pe. Mário Aldegani, padre geral dos josefinos de Murialdo dizendo-me:
"PARABENS!!!!!! Ho saputo del bellissimo risultato che hai avuto nelle poesie per i giovani nel concorso nazionale e anche nella musica. Sono orgoglioso di avere dato anche io il mio voto e sono orgoglioso avere un confratello e amico così pieno di vita buona e di entusiasmo. Ti benedico con grande affetto. d. Mario A."

O Pe. Raimundo, provincial (coordenador/presidente do Instituto Leonardo Murialdo no Brasil), escreveu-me dizendo que iria publicar a notícia para todas as pessoas que ele conhecia:

"Caros confrades e amigos! Com alegria, informo que o nosso confrade, Pe. Marcionei Miguel da Silva, participou do concorrido Festival Nacional de Música e Poesia da Pastoral da Juventude. O evento teve diversas etapas e aconteceu ao longo do ano de 2010. Nestes dias foi divulgada a classificação geral e o Pe. Marcionei obteve os três primeiros lugares nos poemas e o terceiro na música. Confira anexo o título das músicas. No site da província: josefinosdemurialdo.com.br - no link "setor juventude" - à esquerda, pode-se ouvir a apresentação das poesias e da música. Vale a pena conferir. Parabéns a o nosso confrade! Pe.Pauletti"

O Pe. Joacir, diretor do Colégio Murialdo de Caxias do Sul (Centro), a quem eu mostrei as poesias e a música antes de enviar ao pessoal da PJ, uma vez que a cantora Andrieli Bálico que interpretou a música “Herdeiros do Amor” é aluna desse colégio, escreveu-me o seguinte:

"Nossos cumprimentos ao grande Pe. Marcionei. Parabéns. O cara merece mesmo. As poesias são d+.Abraços."

Dom Celmo Lazzari, bispo do Vicariato Apostólico do Napo, Equador (região missionária onde há muitos pobres – a maioria são indígenas) foi um grande líder na pastoral da juventude durante toda a sua vida, em especial no Brasil quando trabalhava na formação e na Pastoral da Juventude. Dom Celmo também foi provincial dos Josefinos de Murialdo e Vigário Geral em Roma. Escreveu-me o seguinte:

"Caro Marcionei, Parabéns pelo grande sucesso como poeta da Juventude! Quase arrematavas todos os prêmios! Deus continue iluminando-te! Um abraço, Dom Celmo"

Pe. Geraldo Boniatti, que sempre me incentivou em meus trabalhos (também foi provincial dos josefinos e atualmente é o diretor do Colégio de Ana Rech) escreveu-me o seguinte:

"Marcionei! Tomei conhecimento de tua premiação em poesia e música junto à PJ do Brasil. Parabéns. Que de fato sirva para a libertação do protagonismo dos jovens. Pe. Geraldo Boniatti."

Além dessas pessoas, destaco mais duas informações midiáticas:
1- Entrevista com o Frei Renato Zanola no Programa Clube da Esperança
2- Publicação no site da PJ do RS (matéria escrita por Lucas Guarnieri).

Partilhei esses emails para lhe dizer que o nosso trabalho está sendo valorizado por pessoas do mundo inteiro (ao menos onde estão alguns josefinos de Murialdo com função de liderança). Os poemas em si tornam-se relevantes por causa da temática que abraça. Posso lhe dizer que sem a prática não existiriam poemas, não haveria conscientização e nem sensibilização para a realidade mais nobre de nossa terra: o dom da vida. Que a juventude cresça e eu diminua. Eu sonho ver nossa juventude pensando na vida de maneira positiva, alegre, comprometida e esperançosa. É muito importante a dimensão da vida espiritual, estudo sério, trabalho responsável e pastoral dialogante, organizada e sonhadora. Queremos uma Igreja que seja bonita, alegre, dançante, reflexiva, romeira e acima de tudo acolhedora e misericordiosa. “Estamos nas mãos de Deus, estamos em boas mãos” São Leonardo Murialdo.

PERGUNTA: O tema do Festival foi em torno da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, organizada pelas Pastorais da Juventude do Brasil. Como foi o processo de elaboração das poesias e da música?
RESPOSTA: O pessoal da coordenação do Festival me pediu para fazer um vídeo. Vou deixar à disposição esse vídeo para que vocês possam ter uma idéia de como foi o processo de construção dos poemas e da música. Vou manter o suspense. Se vocês tiverem tempo, dêem uma olhada. Por outro lado, escrevi alguma coisa ao longo. Confira.


O tema da Campanha Nacional Contra o Extermínio de jovens me tocou profundamente. A palavra “extermínio” soava de forma muito agressiva em meu coração. Quase que eu não suportava esse “soco no estômago”. Será possível que os nossos jovens estão mesmo sendo exterminados? Desde o tempo da Casa da Juventude Murialdo, em Caxias do Sul, comecei a trabalhar com a Juventude de Caxias do Sul (trabalho com a juventude desde sempre – desde os 15 anos). A Paula e a Pâmela (gêmeas simpáticas e bem conhecidas de todos) iniciaram seu processo de participação na PJ na Escola Bíblica. Nessa ocasião tínhamos um belo grupo na coordenação (Pe. Gabriel, Ir. Carla, Ir. Maitê e eu – para falar dos religiosos). De lá pra cá os jovens que fizeram a escola Bíblica se engajaram pra valer em todos os eventos da Diocese. No ano passado as gêmeas, que estavam por dentro de tudo, me falaram do Festival nacional, pois sabiam que eu gostava de música e poesia e estava interessado nessa Campanha contra o Extermínio de Jovens. Numa ocasião, no dia sete de setembro do ano passado, fui à Porto Alegre e participei do Grito dos Excluídos em nível Estadual. Aquela caminhada, os cantos, os velhos companheiros tocando no caminhão de som (Beto), as faixas, os refrões dos nossos hinos da Pastoral da Juventude começaram a romper o meu silêncio. Percebi que os jovens estavam fazendo toda aquela caminhada com as próprias pernas e sozinhos. De repente eu vi a Paula no caminhão de som representando a PJ do RS, vi a Pâmela fazendo teatro com a Micaela, vi a Silvana feliz circulando nas praças, me dei conta das religiosas e dos religiosos e muitos rostos de jovens corajosos com camisetas, faixas e teimosia no coração deixando seu recado. O grande desfile Oficial do sete de setembro não nos intimidava. Pensava comigo: e eu, o que estou fazendo? Sem dúvida eu poderia contribuir mais. Por essa razão comecei a me dar conta de que os jovens são a poesia viva e seus teatros e suas músicas a expressão mais pura e verdadeira de que o amor de outrora continua valendo ainda hoje (são 30 anos e PJ organizada). Por essa razão eles são “Herdeiros do Amor”. Assim sendo, não podem ser exterminados. Ao pensar nisso “uma lágrima de esperança” corria secretamente no canto de meus olhos para não ser notada por curiosos desavisados. Entre os “Herdeiros do amor” e a “lágrima de esperança” a gente faz uma “percussão” bem “latino-americana”. Tudo estava tão vivo em meu peito, que eu não pude deixar para o dia seguinte a construção dessas poesias. Tudo foi na noite do sete de setembro, na mesma inspiração. Terminei uma poesia e comecei outra. A poesia não foi criação inspirada no eco de uma realidade que os jovens deram vida com seus rostos, seus corpos, suas vozes e seus sentimentos. A poesia é um momento segundo, por isso é expressão de um acontecimento que se fez história. Acredito que continuarei fazendo música e poesia e outros textos mais, porque meus olhos vão estar sempre cheios de juventude.

PERGUNTA: De que forma tu relacionas a arte com sua caminhada pastoral?
RESPOSTA: Não há possibilidade de criação e inspiração se nos faltar a mística, a espiritualidade, o silêncio, o estudo, o trabalho e a disponibilidade. A pastoral precisa ser dinâmica, criativa, interativa, orante e engajada na sociedade nas suas mais diferentes instâncias. Quem se preocupa com a arte tem um olhar estético sobre a realidade. Arte é a capacidade de ver a beleza da realidade que nos é dada de presente na calada das madrugadas. Fazer arte é mergulhar na alma do ser humano, ver o mundo por dentro e escutar o Invisível. O poeta foge da lógica matemática, em certo sentido, uma vez que seus versos são a expressão de seus sentimentos no momento da percepção da realidade. Todo poeta é filósofo desde o seu olhar e teólogo quando se deixa conduzir pela Palavra de Deus. Não consigo separar a arte da hospitalidade, da gratuidade em nossos abraços, do amor em nossas utopias sedentas de profetas e de nosso entusiasmo movido pela esperança. Às vezes precisamos ser realistas em nossos versos, quase tristes, para que as verdades sejam sentidas na textura da própria pele; outras vezes precisamos ser enigmáticos, comunicativos, misteriosos e persuasivos – quase teimosos – para sermos ouvidos. A linguagem da poesia é vida vivida, história sentida, página a ser decifrada, filosofia itinerante e teologia trinitária iluminada pela luz do amor. Poesia é ampliação de um sentimento que o mundo costuma não enxergar. O poeta vê o mundo dos pobres, sente a dor dos cacos de vidro cortando seus pés e não se sente solitário quando os aplausos não chegam. Seu olhar não são pra si, mas para o outro. Quando um poeta é reconhecido, não é a ele que se dirigem os aplausos, mas à sua obra. No meu caso escrevi sobre Latino-Americano, Percussão, Lágrima de Esperança e Herdeiros do Amor. Quando lemos esses poemas não enxergamos o poeta, mas a alma que canta em seu peito e sorri pelas estradas. Gosto da expressão “Herdeiros do Amor”, porque sinto nessa frase o transbordamento da voz bondosa de Deus sobre nossos corações. Se Deus quis ser poeta, porque não podemos nos esforçar para sermos parecidos com Ele? Cada Parábola contada por Jesus é um rio de poesia que nos inspira para a vida em plenitude. Se a poesia nos faz cantar o amor de Deus, deixemos os refrões transcreve nossa inspiração.

Confira os vídeos das poesias:
1º Lugar:

2º Lugar:

3º Lugar:


Roteiro para Reuniões!

Roteiro para Reuniões
Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens

Download do primeiro encontro para grupos de jovens sobre a Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens no RS:





Fonte: Blog gaúcho da Campanha http://juventudecontraviolencia.blogspot.com

Projeto de Revitalização da Pastoral da Juventude do Continente

Confiram síntese do Projeto de Revitalização da Pastoral da Juventude Latino-Americana no link:



2011 - Ano de construção do caminho de Belém até Jerusalém - Carmem L. Teixeira

No caminho de revitalização da ação pastoral junto à juventude, provocado pela Pastoral Juvenil Latino Americana, iniciado com alguns movimentos pedagógicos em 2008, que convoca toda a Igreja do Continente a sair em Missão, conforme decisão da V Conferência dos Bispos em Aparecida - Brasil, a Pastoral Juvenil assumiu para si esta indicação porque percebeu que o convite para ser seguidora e discípula de Jesus é o caminho para sua revitalização.

Uma pastoral seguidora e discípula de Jesus é aquela que não fica parada dentro dos templos. Por isto o primeiro movimento sugerido foi o de aproximar. Aquele que diz para os/as jovens: “Nós queremos estar com vocês”. Um movimento que guarda a gratuidade de Jesus de estar com o seu povo. Ele é espelhado pela atitude de Jesus, que no caminho até Emaús se aproxima dos discípulos.

O segundo movimento pedagógico é o da ESCUTA, sobre o que falam em seus caminhos, ou seja, em seus lugares vitais. Ele é também o movimento que Jesus fez com os discípulos de Emaús: se colocou a ouvir o que eles conversavam.
Em 2010, como Pastoral Juvenil no continente, foi tempo de viver o movimento do DISCERNIR. Ele provocou a todos/as uma aventura em conhecer mais e melhor sobre a cultura juvenil, aprofundar leituras bíblicas, realizar vigílias e orações e, no segundo momento, do discernir; tomar a decisão. Assim como os discípulos de Emaús, quando fazem a experiência com o Ressuscitado, decidem voltar para Jerusalém, lugar da comunidade, do grupo e da vida marcada pela presença do Espírito Santo de Deus. Depois de caminhar com Jesus, agora são os/as discípulos/as que decidem fazer uma conversão, mudar de rumo, comover em outra direção.
No tempo de Jesus, a pedagogia mais utilizada era do discipulado. Aqueles/as que desejam aprender passavam a seguir o Mestre. Jesus diz para aqueles/as que desejam seguí-lo “Não tenho uma pedra para recostar minha cabeça”. Ele se apresenta como pobre e livre. Também nós, somos convocados/as a neste ano de 2011, a seguir Jesus e aprender Dele a ser discípulo/a.
Em 2011,como Igreja Jovem na América Latina, o convite é estar com Ele em Belém. Um lugar teológico, pois segundo alguns estudiosos, este lugar foi construído posteriormente, logo possivelmente não é o lugar de nascimento de Jesus. Porém, para nós, da comunidade dos que creem no ressuscitado, lendo a Palavra revelada, queremos nos encontrar em Belém.
Belém está na periferia da geografia do tempo de Jesus. É lá que somos apresentados/as ao Menino pela estrela que também guia pastores simples, atentos aos sinais dos tempos e confiantes no Deus de Jesus. É no caminho de Belém que os Reis Magos vão buscar informações oficiais para chegar até a gruta onde se encontra Jesus, mas é em Belém, depois do encontro com o menino na manjedoura, que vão perceber que terão que passar por outro caminho se quiserem manter vivo o Salvador entre nós.
Ali em Belém, na escola do discipulado, vamos encontrar várias pistas que Jesus vai nos dando para que a missão se realize hoje, de modo especial junto à juventude.
A Pastoral da Juventude, chamada à conversão para retornar por outro caminho, necessita rever suas pedagogias do trabalho com a juventude. Sua missão é anunciar o Reino de Deus aos/às jovens de tal modo que eles/elas reconheçam a Boa Notícia de Jesus para as suas vidas. Isto implica em mudanças profundas nas suas vidas. Antes, um caminho mais individual, agora comunitário, por isto, o empenho em criar, acompanhar grupos de jovens em cada espaço vital onde se encontra um/a jovem. O grupo como lugar da felicidade da nova possibilidade de vida. O grupo é um não ao sistema neoliberal que nos anuncia o egoísmo, a solidão, o consumismo e a vida voltada para si mesmo. Ele é o lugar da experiência comunitária, do sonho de um mundo mais justo, de um planeta cuja vida é respeitada e cuidada.

Belém nos indica o estilo de vida de Jesus. Este lugar marca a Sua opção pelos/as pequenos/as e pobres. A Sua chegada, anunciada por anjos, enviados do Senhor, dá sentido e esperança à vida dos/as pobres. Seguir a um mestre que não tem lugar para nascer é, ao mesmo, tempo um convite para que cada um/a de nós ofereça este lugar para que possa viver e crescer. É um Deus que não tem medo de arriscar por amor. Assim também a PJ é chamada a arriscar a pastorear toda a juventude que necessita de uma Palavra que seja de Vida. Fazer Pastoral da Juventude é estar com a juventude, cuidar para que a sua vida seja preservada, formar grupos para preparar jovens para fazer a pastoral. Os grupos e a organização são para que o atuar junto a toda juventude seja com qualidade, com dedicação e seja como testemunha do Ressuscitado que convoca para a vida comunitária.

A ação da PJ é pastorear, cuidar da vida da juventude de tal modo que a vida de todo e qualquer jovem seja defendida. Por isto, um apoio à Campanha contra o Extermínio de Jovens, a realização da Semana da Cidadania, cujo tema é a juventude como Terra Viva. Organizar ações pequenas, simples, porém que todos/as do grupo possam sentir-se pastores/as da juventude. Na Semana do Estudante, com coragem assumir a temática sobre a negritude e indígenas, como profetas da esperança, para superar todo qualquer preconceito contra as pessoas. Os preconceitos são barreiras que impedem os/as jovens de serem e viverem sua originalidade, sua felicidade a que foram chamados/as por Deus. Assumir com coragem a preparação e a realização do Dia Nacional da Juventude, discutir o protagonismo das mulheres, suas histórias de superação e aí reconstruir a esperança de toda humanidade com sua história de salvação e de cuidado do Deus da vida.

Fortalecer uma Pastoral da Juventude a partir dos ambientes – comunidades eclesiais, escolas, meios populares, universidades, campo e cidades para que, firmes na fé, com grupos articulados, possamos anunciar a Boa Nova como comunidade dos/as que crêem no ressuscitado.

O caminho do discipulado, que assume a missão de Jesus, passando por Belém, será o de estar disponível, livre, com coragem e sem medo de anunciar com ousadia que o Deus que é amor; amar sem medida no testemunho comunitário e pessoal do Seguimento. Queremos chegar a Jerusalém, lugar da comunidade, da manifestação do Espírito do Amor e do fogo.

Convidamos a todos/as agentes que trabalham com a juventude para compartilhar as experiências de planejamento, de roteiros para a formação de lideranças, reflexões para grupos e outros materiais que possam ajudar neste caminho de revitalizar a ação pastoral junto aos/às jovens.

Carmem Lucia Teixeira
Casa da Juventude Pe. Burnier - Goiânia/GO
 
Fonte: CAJU
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